LEMBRANÇA LITERÁRIA
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
domingo, 5 de maio de 2013
TEXTOS E CONTEXTOS
Este Blog foi construído a partir de uma atividade do Curso Melhor Gestão/Melhor Ensino. Tem como objetivo compartilhar experiências de leitura. Fique a vontade para comentar e colocar suas experiências.
Sequência de Aprendizagem
Meu Primeiro Beijo
Antonio Barreto
É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:
"Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher... E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.
Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por várias semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!
BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.
Extraído de http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22430
Sugestões de Trabalho:
Habilidades
de Leitura (Antes)
•Levantamento de conhecimento prévio sobre o assunto.
•Expectativas em função do suporte.
•Expectativas em função da
formatação do gênero.
•Antecipação do tema ou ideia
principal a partir dos elementos paratextuais,
como título, subtítulos, epígrafes, prefácios, sumários.
Habilidades
de Leitura (Durante)
•Confirmação ou retificação das
antecipações ou expectativas de sentido criadas antes ou durante a leitura.
•Construção do sentido global.
•Esclarecimento de palavras
desconhecidas a partir de inferência ou consulta a dicionário.
•Identificação de palavras-chave
para a determinação dos conceitos vinculados.
Habilidades
de Leitura (Depois)
•Troca de impressões a respeito dos
textos lidos, fornecendo indicações para a sustentação de sua leitura e
acolhendo outras posições.
•Utilização, em função da finalidade
da leitura, do registro escrito para melhor compreensão.
•Percepção de relações de
intertextualidade e interdiscursividade.
•Avaliação crítica.
•Percepção de outras linguagens
Sugestão de Leitura
Autor - Eli Torres
Neuza de Mello Lopes Schonherr
A
leitura e a escrita sempre estiveram presente em casa, fosse por intermédio de
papai, ou de meus irmãos, mesmo sendo de família de lavradores.
Minha mãe, com sede de aprender, mas
podada pelo pai Calabrês, quando dos filhos crescidos, cursou o antigo
Mobral. Quando conseguiu escrever o próprio nome e começou a ler o velho livro
da “D.Benta”, foi um chororô só. Dizia ela: “seu nono... porca miséria... e
outras expressões impublicáveis não deixou que eu aprendesse...mas agora posso
morrer feliz..”
Papai, autodidata, animador de festas, vidrado em homeopatias e remédios para quaisquer males, raízes que levantavam até defunto, segundo ele, lia e escrevia por conta própria. Revistas “O Cruzeiro”, “Manchete”, “Almanaque do Biotônico Fontoura”, livros de quiromancia, de como aprender a conhecer o outro pela leitura das mãos, pela escrita.. e assim por diante. Sempre circulavam em casa. Até os oito anos, conheci as letras e lia por conta de meus irmãos mais velhos e a curiosidade. Ah! como era bom descobrir, pegar escondido, ler e depois recolocar no mesmo lugar, gibis, as revistinhas de sacanagens dos meus irmãos. Tudo o que é proibido é muito mais apreciado. Depois que mudamos para Osasco, aí sim, o mundo se abriu aos meus olhos. A escola, os livros, as professoras, mesmo as mais severas... me atraia. Também não tínhamos muitas opções. Não tínhamos TV, só um pequeno e disputado rádio.. A emoção de ter um livro, de decifrar o que dizia aquelas letras que formavam palavras, entender o que estava escrito.
Papai, autodidata, animador de festas, vidrado em homeopatias e remédios para quaisquer males, raízes que levantavam até defunto, segundo ele, lia e escrevia por conta própria. Revistas “O Cruzeiro”, “Manchete”, “Almanaque do Biotônico Fontoura”, livros de quiromancia, de como aprender a conhecer o outro pela leitura das mãos, pela escrita.. e assim por diante. Sempre circulavam em casa. Até os oito anos, conheci as letras e lia por conta de meus irmãos mais velhos e a curiosidade. Ah! como era bom descobrir, pegar escondido, ler e depois recolocar no mesmo lugar, gibis, as revistinhas de sacanagens dos meus irmãos. Tudo o que é proibido é muito mais apreciado. Depois que mudamos para Osasco, aí sim, o mundo se abriu aos meus olhos. A escola, os livros, as professoras, mesmo as mais severas... me atraia. Também não tínhamos muitas opções. Não tínhamos TV, só um pequeno e disputado rádio.. A emoção de ter um livro, de decifrar o que dizia aquelas letras que formavam palavras, entender o que estava escrito.
Felicidade... Inesquecível... e
quando papai trouxe um pacote, embrulhado em um papel até sem
graça, diferente dos pacotes que hoje fazemos quando presenteamos pessoas
especiais e amadas. O pacote em si não era nada atrativo, mas quase explodi
quando abri e era um livro grande, de capa vermelha, com ilustrações enormes, até parecia a intocável enciclopédia Barsa, que via na prateleira do vizinho.
Nem pensar, nem sonhar em por as mãos naqueles volumes vermelhos.. lindos.. tão
convidativos na prateleira, e o pior na altura das mãos. Mas o livro que papai
me trazia era tudo isso e mais um pouco. Era uma edição em capa dura, vermelha
do livro “As mil e uma noites”. Maravilhoso. Papai ainda disse leia uma
história por dia. Que nada.. devorei o livro. Aquela moça, linda, de roupas
diferentes e esvoaçantes, que se sentavam em almofadas, coloridas, brilhantes,
de seda, era um convite irresistível. “As mil e uma noites” me custou apenas
uma semana para viajar nos tapetes mágicos, nas lâmpadas mágicas que atendiam três
desejos, as mesquita, os camelos, os desertos. As histórias de Sherazade me
fascinavam e me propiciou algumas surras. Pois deixava o serviço para ler às
escondidas. Ah se mamãe soubesse as insinuações, as paixões que perpassavam
pelas histórias... Pensem... há cinco décadas a amoral vigente era bem
diferente de hoje. E papai me presentear com aquele livro. O velho lavrador era
além de seu tempo. Fora os causos que contava. Era um contador de belos
causos,de piadas, ele,foi meu grande incentivador e inspirador.
Que saudades...tenho agora... só a
lembrança me aproxima dele. No mínimo deve estar animando muita gente onde se
encontrar.
terça-feira, 23 de abril de 2013
Oi Edna, apaixonei-me pelos livros muito cedo. Primeiro pelos contos de fada, sempre
muito ilustrados e curtinhos que minha mãe lia antes de dormir. Mais tarde,
consolidou-se uma relação de quase dependência, com a coleção Vaga-Lume,
especialmente os de mistério do Marcos Rey. Lia dia e noite, devorava, renovava
o empréstimo na biblioteca da escola toda terça-feira... O gosto pela leitura,
no meu caso, foi desenvolvido dentro de casa. Sempre tivemos muitos livros, todo
mundo gostava. Acho importante este exemplo. Leio para o meu filho, de cinco
anos, todas as noites e o fato de me ver sempre com um livro na mão o faz gostar
de livros também. Grande abraço, Daniela
domingo, 21 de abril de 2013
UMA LEITURA MARCANTE
Após uma conversa com minha amiga Dani, lembrei-me de um livro que lia várias vezes e achava um absurdo a história, mas continuava lendo, queria saber que mundo era aquele que o autor vislumbrava, o livro era Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley, publicado em 1932.
Após 81 anos desta publicação, ainda fico surpreendida com as ideias deste autor, de como ele pode ser tão futurista, a ponto de vislumbrar uma sociedade tão mecânica, quase igual a que temos hoje, onde estamos em pleno processo de mudança?
Um dos pontos do livro criado por Huxley a Sociedade desse Futuro, não possui a ética religiosa e valores morais que regem a sociedade atual. Qualquer dúvida e insegurança dos cidadãos era dissipada com o consumo da droga sem efeitos colaterais aparentes - chamada "soma",hoje por exemplo conhecemos uma de fácil acesso e baixo custo chamada Facebook. Na sociedade de Huxley as crianças têm educação sexual desde os mais tenros anos da vida, e o conceito de família também não existe.
Assinar:
Postagens (Atom)